Quarta Parede

Blog de reflexão sobre teatro e dramaturgia.

Archive for Dezembro 2009

Em Cena: Otelo, de William Shakespeare

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“As nossas viagem ainda são as de Ulisses, os nossos trabalhos ainda são os de Hércules” diz George Steiner afirmando que só regresso às origens – aos clássicos e à sua força canónica, permite o novo e alimenta a nossa necessidade permanente de originalidade.

 Com a produção de Otelo, de W. Shakespeare, a ACE/Teatro do Bolhão regressa a uma das suas linhas nucleares de programação: a revisitação dos textos e dos autores mais emblemáticos da dramaturgia universal. O ciclo que propomos não é, evidentemente, literário mas teatral; no entanto constrói-se a partir de clássicos, essas raras obras que permanecem no Tempo, que nunca são esgotáveis, que cada geração tem necessidade de re-olhar e de tentar a sua leitura sempre incompleta. Pois, ao contrário da obra vulgar, o clássico não se deixa domesticar pela descodificação – “ o clássico é a obra significativa que nos lê”, diz Steiner de novo.
 
Trabalhando fundamentalmente em Tóquio e Milão, Kuniaki Ida afirmou-se profissionalmente, ao longo dos últimos 30 anos, como director de teatro e ópera sendo reconhecido pelo seu percurso artístico sincrético pautado pela multiplicidade de identidades e referências. Parceiro fundamental do projecto, Kuniaki Ida dirigiu duas produções emblemáticas da companhia: A Resistível Ascensão de Arturo Ui, de B. Brecht, espectáculo inaugural da ACE/ Teatro do Bolhão, em 2003, co-produzido pelo TNSJ e D.Juan, de Molière, em 2005, espectáculo que representou Portugal no Festival Internacional de Teatro de Lisboa (MITE06) no Teatro Nacional D. Maria II.

Até 20 de Dezembro
Tradução: Manuel Resende
Encenação: Kuniaki Ida
Com: António Capelo, João Paulo Costa, Rita Lello, António Júlio, Ângela Marques, João Melo, Rute Miranda, Fernando Soares, José Moreira, Jorge Loureiro, Pedro Fiúza, Elóy Monteiro.

Auditório ACE Teatro do Bolhão
Pr. Coronel PAcheco, n.º 1

Informações/reservas: 222089007

Written by Jorge

Dezembro 8, 2009 at 11:21 am

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Em Cena: Otelo, de William Shakespeare

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“As nossas viagem ainda são as de Ulisses, os nossos trabalhos ainda são os de Hércules” diz George Steiner afirmando que só regresso às origens – aos clássicos e à sua força canónica, permite o novo e alimenta a nossa necessidade permanente de originalidade.

 Com a produção de Otelo, de W. Shakespeare, a ACE/Teatro do Bolhão regressa a uma das suas linhas nucleares de programação: a revisitação dos textos e dos autores mais emblemáticos da dramaturgia universal. O ciclo que propomos não é, evidentemente, literário mas teatral; no entanto constrói-se a partir de clássicos, essas raras obras que permanecem no Tempo, que nunca são esgotáveis, que cada geração tem necessidade de re-olhar e de tentar a sua leitura sempre incompleta. Pois, ao contrário da obra vulgar, o clássico não se deixa domesticar pela descodificação – “ o clássico é a obra significativa que nos lê”, diz Steiner de novo.
 
Trabalhando fundamentalmente em Tóquio e Milão, Kuniaki Ida afirmou-se profissionalmente, ao longo dos últimos 30 anos, como director de teatro e ópera sendo reconhecido pelo seu percurso artístico sincrético pautado pela multiplicidade de identidades e referências. Parceiro fundamental do projecto, Kuniaki Ida dirigiu duas produções emblemáticas da companhia: A Resistível Ascensão de Arturo Ui, de B. Brecht, espectáculo inaugural da ACE/ Teatro do Bolhão, em 2003, co-produzido pelo TNSJ e D.Juan, de Molière, em 2005, espectáculo que representou Portugal no Festival Internacional de Teatro de Lisboa (MITE06) no Teatro Nacional D. Maria II.

Até 20 de Dezembro
Tradução: Manuel Resende
Encenação: Kuniaki Ida
Com: António Capelo, João Paulo Costa, Rita Lello, António Júlio, Ângela Marques, João Melo, Rute Miranda, Fernando Soares, José Moreira, Jorge Loureiro, Pedro Fiúza, Elóy Monteiro.

Auditório ACE TEatro do Bolhão
Pr. Coronel PAcheco, n.º 1

Informações/reservas: 222089007

Written by Jorge

Dezembro 8, 2009 at 11:20 am

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Jardim Zoológico de Cristal, de Tennessee Williams

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Jardim Zoológico de Cristal é uma peça-memória: toda a acção é despoletada pelas evocações de um narrador, Tom Wingfield, também ele personagem da peça. Tom é um poeta aspirante, que trabalha num armazém de sapatos para sustentar a família: Amanda, sua mãe, e Laura, sua irmã. O pai, funcionário da companhia dos telefones, desapareceu há anos e, à excepção de um breve postal, nada mais se soube dele desde então.


Amanda, nascida numa família bem do Sul, presenteia regularmente os filhos com histórias da sua juventude idílica e das dezenas de pretendentes que então a cortejavam. Vive angustiada pelo defeito físico da sua filha Laura e pela sua incorrigível timidez, que a mantêm afastada do mundo e dedicada exclusivamente à sua colecção de animais de cristal. Para lhe garantir um futuro, inscreve-a numa Escola Comercial, unicamente para vir a descobrir que a incapacidade relacional da filha a levou a abandonar as aulas para vaguear sozinha pela cidade. Perante o insucesso escolar e profissional da filha, Amanda decide que o casamento é a única solução.

Tom odeia o seu trabalho no armazém, refugia-se na bebida (repetindo os passos do pai ausente), no cinema (espécie de álibi para todas as suas ausências) e na literatura, para desgosto da sua mãe. Depois de um dos frequentes momentos de discussão entre os dois, Tom cede aos pedidos insistentes da mãe e convida para jantar um seu colega de trabalho, com o objectivo de o aproximar de Laura.

E assim entre Jim O’Connor, um ‘rapaz normal’, confiante no futuro, psicólogo empírico, que descobre rapidamente a natureza de Laura e não consegue evitar jogar com ela o jogo da sedução, concretizando aparentemente os desejos de Amanda e abrindo finalmente o coração de Laura. Porém, como diz Amanda, «as coisas têm uma tendência para correr tão mal» …

Depois de “Platonov”, de Anton Tchekov, espectáculo que mereceu uma Menção Especial da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, o Prémio de Melhor Espectáculo do Guia dos Teatros e a designação pelo jornal Público como “Melhor Espectáculo” de 2008, Nuno Cardoso leva agora à cena a peça “Jardim Zoológico de Cristal”, de Tennessee Williams.

De 3 a 13 de Dezembro no Estúdio Zero
às 21h30
M/12 Leia o resto deste artigo »

Written by Jorge

Dezembro 1, 2009 at 9:17 am

Publicado em Companhia, Evento