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A manhã, a tarde e a noite, de Luís Mestre
A manhã, a tarde e a noite é um texto de teatro de Luís Mestre, galardoado com o Grande Prémio Inatel 2010, em cena no Teatro Constantino Nery, com encenação de António Durães.
O enredo retrata uma família da classe média baixa, num registo clássico realista, fortemente monologal. Em três diferentes momentos do dia conhecemos três membros da família, a mãe, tomada pelo esquecimento da velhice e pela angústia em relação à empresa familiar e ao futuro dos filhos, o filho Pedro, que enveredou por uma espiral hedonista e criminal, e o filho Simão, cuja tentativa de seguir uma vida normal se traduziu num fiasco, e agora se lança numa solução extrema de libertação.
Luís Mestre assume o desejo de narrar “histórias portuguesas”, que neste texto refletem uma visão de falência das relações familiares e de um ideal de normalidade burguesa, às mãos de um contexto de egocentrismo individual, no qual apenas os jovens, os fortes e os oportunistas podem, senão triunfar, pelo menos sobreviver.
Para que serve a dramaturgia?
«¿la dramaturgia y los estrenos actuales están reflejando la realidad de la calle y las preocupaciones de la gente?
-José Sanchis Sinisterra (J. S. S.): yo creo que el concepto de reflejar pertenece a otros planteamientos estéticos; en el fondo, el teatro nunca refleja, sino que, en todo caso, responde, reacciona a la realidad. (…)
-Ignacio García May (I. G. M.): la identificación de la dramaturgia con el periodismo es peligrosa. A veces, parece que para ser contemporáneo tienes que escribir de lo que hablan los telediarios. Esto es absurdo.»
Curso de escrita de teatro, com Jorge Palinhos e Luís Mestre
O teatro é a mentira mais verdadeira do mundo, pois deixa-nos olhar para nós próprios através de nós próprios, deixa-nos construir pilares seguros para a fragilidade e insegurança da vida através da argamassa diáfana dos sonhos. É talvez a forma mais viva e total de inventar a realidade. Uma das artes mais universais e intemporais vive da palavra colocada no corpo humano para lhe dar a força da respiração e a urgência das emoções.
Descrição
Neste curso iremos transmitir a forma como a ordem das palavras, a ordem dos corpos e a ordem da cena ajudam a criar uma estrutura com a qual se pode dar sentido às ideias que sobressaltam todo aquele que tem fome de escrever.
Objetivos
- Apresentar os princípios e técnicas da escrita para teatro
- Permitir que os participantes escrevam uma breve peça completa que reflita a eternidade do momento presente.
Conteúdos programáticos
- Princípios de estrutura dramática, elementos do drama e da ação dramática.
- Apresentação de alguns autores contemporâneos fundamentais.
- Princípios do texto, diálogo e monólogo.
- Especificidades da escrita dramática.
- Confronto da palavra oral com a palavra escrita.
- Exercícios práticos de escrita.
- Formas de conflito e enredo.
- Criação de personagens.
- Estrutura da peça.
- A primeira cena.
- Revisão da peça.
- Diagnóstico dos problemas da peça.
- Sessão prática de escrita e reescrita.
- Leitura da cena em voz alta.
Mais informações: Escrever Escrever
Destinatários:
Público em geral que tenham projectos de escrita de peças de teatro ou apenas espectadores atentos à escrita no seu todo.
Mostra Anual de Dramaturgia 2012
Esta quarta edição da MAD vai apresentar nove textos vindos de Portugal e três do Brasil que foram selecionados para publicação na Revista Galega de Artes Escénicas NÚA n.º 7 por Jorge Palinhos, Julio Fernández e Zaida Gómez.
Pela primeira vez esta iniciativa tem a colaboração dos grupos portuenses Astro Fingido, TEatroensaio, Terra na Boca/TTAMBOR, da Revista Núa e de vários actores profissionais, o que permitirá equacionar a iniciativa para os próximos anos e também estreitar laços efectivos entre a Galiza e o norte de Portugal.
As leituras serão dirigidas por Inês Leite, Pedro Carvalho, Flávio Hamilton, Miguel Rosas, Micaela Barbosa, Ângela B. Marques, Fernando Moreira, José Gonçalinho, Luciano Amarelo, Valdemar Santos, Daniela Pêgo, Manuela Moreira, Pedro Estorninho e Julio Fernández.
A falência de uma câmara municipal
A vandalização – à falta de melhor termo – do espaço comunitário da Fontinha por parte das forças policiais municipais é o auge e a prova da falência da política urbana de Rui Rio para o Porto.
A chamada Es.Col.A da Fontinha constituía a ocupação pacífica de uma escola abandonada no bairro social da Fontinha. Durante um ano, voluntários organizaram atividades para as crianças e habitantes de uma zona degradada do Porto, criando um espaço de partilha e encontro comunitário, que permitia retirar jovens em risco das ruas e apoiar os mais idosos. A Câmara Municipal do Porto recusou-se sempre a aceitar o projeto e tentou de todas as formas extingui-lo. Recentemente, por exemplo, propôs que a associação da Es.Col.A assinasse um contrato de permanência até Junho de 2012, com a condição – implícita – de que teria de fechar o espaço nessa altura. Não conseguindo acabar com o movimento de forma discreta, acabou por ter de fazê-lo através de uma das mais violentas ações policiais de memória recente.
No entanto, nada há de excecional nesta ação de Rui Rio. Ao longo da década que esteve à frente da Câmara do Porto o autarca tentou implementar uma política de privatização sistemática do bem público, de que são casos paradigmáticos o teatro municipal Rivoli, a alienação de património municipal e a privatização dos serviços públicos. A Es.Col.A constituía, por isso, a pedra no sapato que revelava a falência das políticas urbanas e sociais da autarquia, expondo a desertificação da cidade e o abandono das populações mais carenciadas sob o atual consulado do PSD-CDS.
À prática de privatização do espaço comum associava-se ainda a aspiração de tornar o Porto num destino de excelência de um turismo endinheirado. Para tanto, organizaram-se grandes eventos mediáticos, como o Circuito da Boavista e a sua “corrida de milionários”, os aviões da Red Bull, o franchising de musicais de La Feria, a transformação do Pavilhão Rosa Mota num centro de congressos, a abertura de hotéis de luxo na Baixa e recuperação da zona com imóveis de alto preço, a implosão de bairros sociais em localizações privilegiadas para dar lugar a urbanizações luxuosas, e a transformação da zona ribeirinha em blocos de apartamentos de classe alta.
Estas políticas foram apoiadas pela falta de oposição, pela atitude ditatorial e violenta do autarca – que o transformaram, sem surpresa, num dos políticos mais populares num país onde o autoritarismo e a violência seduzem muita gente -, e também numa eficaz máquina publicitária, que encheu a cidade de outdoors e cartazes e transformaram o site autárquico num órgão de propaganda ad hominem que chegou a ser ridicularizado pelo insuspeito Vasco Pulido Valente.
E, no entanto, com condições tão favoráveis, a política autárquica falhou completamente. Longe de atrair turistas endinheirados, hoje o Porto é um destino de turistas mochileiros, que fizeram multiplicar os hostels de baixo custo, dinamizaram uma vida de bares e de galerias de arte, e tornaram as ruas num espaço público de arte e eventos. Enquanto isso, as dispendiosas políticas “de lazer” e propaganda deixaram a Câmara endividada, alguns dos grandes eventos foram-se embora, o Rivoli é um escombro cultural, as casas recuperadas da Baixa continuam à espera de compradores, a população continua a abandonar a Baixa e a cidade vê-se privada de equipamentos, bens e dinâmicas próprias importantes que dificilmente recuperará no futuro.
Mais doloroso ainda para Rui Rio talvez seja saber que as suas políticas não só falharam como não terão continuação, visto que no final deste mandato verá a câmara ir para o PS ou para o seu arqui-inimigo, Luís Filipe Menezes.
Por isso, quando a máquina propagandística da câmara se calar, a cidade verá Rui Rio como o mais falhado dos seus presidentes, que precisou de mobilizar centenas de polícias para destruir o espaço comum dos habitantes pobres de um bairro social e tentar afirmar a sua influência sobre uma cidade, cidade essa que há muito escapou ao seu poder.
Bela Dona, de Pedro Eiras, no Correntes de Escrita
“Não tenho medo de entrar nessa noite onde sou vista e não vejo – mãe, dá-me a mão, mãe-
onde os meus olhos cantam como sereias – a noite do corpo, e que me guiem no baile, malditas – que me raptem e acordo com o anel, e regresso aos meus olhos, meia-noite, acordo com as mãos de um fidalgo, qualquer fidalgo, rei, reis aos meus pés
Tremem”
(Excerto de Bela Dona, de Pedro Eiras)
Auditório Municipal da Póvoa de Varzim, 19 de Fevereiro, 22h
Ficha Técnica
Autor: Pedro Eiras | Encenação e Interpretação: Renata Portas| Música Original: Joaquim Pavão | Figurinos: Tucha Martins
Devolver o Teatro Rivoli à cidade
Amanhã, segunda-feira, às 17h, Francisco Louçã dá uma conferência de imprensa em frente ao Rivoli para afirmar que o teatro tem de ser devolvido à cidade.
Porque é que os romancistas são maus dramaturgos?
Why have so many writers had so much success between paperback covers and so little on stage? Novels, like plays, rely on plotting and character; they often include mounds of dialogue. And yet, though I reread a couple of novels by Graham Greene every year, I’m unlikely to race to see a production of The Great Jowett. While the comic stories of PG Wodehouse remain ever fresh, plays such as The Riviera Girl and Candle-Light have rather staled. (Do feel free to award Sir Pelham a pass for the book to Anything Goes.) As Philip Hensher writes, Henry James’s forays in front of the footlights produced one of the greatest theatrical disasters of the 19th century. And I will freely commiserate with anyone forced to endure Virginia Woolf’s Freshwater; that Woolf never intended it for performance only confirms her great intelligence.
Of course, this cuts both ways. Playwrights have also contributed to our stock of mediocre novels. Tom Stoppard’s Lord Malquist and Mr Moon is certainly not a terrible tome, but it is hardly on the level of even his one-acts. George Bernard Shaw never enjoyed much success with his fiction, and while Luigi Pirandello did, his books have been forgotten while his plays endure. Were it not for university courses, the novels of Jean-Paul Sartre and Jean Genet might remain unread, even as their plays are widely produced. (Although I should say it is only thanks to such a course that I bothered with the novels of Samuel Beckett, and I am heartily glad I did.)…»
Vítima da Crise – Reposição
Texto e encenação de Jorge Palinhos
Com Valdemar Santos e Isabel Pinto
12 a 15 de Maio, pelas 22h
Galeria de Paris
Bilhetes: 5 euros
Reservas: 962 236 900
Produção: Terra na Boca / Teatro Art’Imagem
Festival Fazer a Festa – Dia 24 de Abril
15.30h – “Marionetas no Jardim” – Instituto Piaget – Palácio de Cristal
16.30h – “A Casa da Imaginação” – Teatro das Beiras –
21.30h – “Inês de Castro, Até ao Fim do Mundo” – Dragão 7 (Brasil) – Auditório do Museu Soares dos Reis